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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Infância nas Ruas

A infância nas ruas e talvez a imagem mais chocante da questão social brasileira, ainda que não seja com certeza, a maior e a mais difícil de ser resolvida. Uma criança que perambula pelas ruas vendendo ou roubando alguma coisa, e sinal de que algo não vai bem em sua casa, com os adultos que são seus pais ou responsáveis, isto quando ainda os tem, pois para a maioria deles, fazem das ruas suas próprias casas, usando as estrelas como cobertor, muitos cheirando cola para esquecer a fome e o medo da morte em cada esquina.
Muito se fala em resolver o problema da criança, mas precisamos reconhecer que para se resolver os problemas da criança, têm que primeiro resolver o problema dos pais, no seio familiar. É dentro de casa que esta o problema. Não adianta verdadeiras operações para tirar as crianças das ruas, advertir os pais e mandá-las as crianças pra casa, quando lá eles não têm o que comer. Nessas famílias a única fonte de renda são os próprios filhos.
É fácil acusar os pais de exploração, mais ninguém da esmolas a adultos e quando da e por medo e ate por raiva. Por isso, crianças que pedem esmolas devem ser observadas sob uma ótica de desordem social, de famílias pobres e numerosas, que são desassistidas, não recebem os cuidados devidos, fazem parte da lógica e das famílias de baixa renda.
Diariamente me deparo no Conselho Tutelar com fatos cada vez mais tristes envolvendo tantos inocentes, que me deixam impotente e cada vez mais revoltado com o descaso político que continua tirando a dignidade das pessoas, em especial das nossas crianças e suas famílias. Muitas nem família têm, não tem sonhos e vivem sem ilusão, sem poder ser, porque a vida não lhes deu a chance de existir verdadeiramente. O pior é que situações como estas, é praticamente rotina na vida dessas pessoas, que são punidas sem lhes dar menor chance de sobrevivência digna, tendo a sua frente um caminho aberto para o debito, a prostituição e sempre acabam virando maiores vitimas, pois tudo faz em nome da fome que não pode esperar. Nessas crianças não precisam de lágrimas, de discursos, promessa e beijinhos em campanhas eleitorais, elas precisam que lhe sejam devolvidas o respeito e o cumprimento dos seus direitos, elas precisam de casa, comida, escola, saúde e salário justo para seus pais. Caso contrario, engrossarão cada vez mais as fileiras dos marginalizados, vitimas maiores do descaso dos políticos que antes tem a solução para tudo porem ao serem eleitos formam suas esquinas e ai o discursos muda passa a ser “o povo não quer ser ajudado”.
É preciso que todos os profissionais envolvidos com a causa parem de reclamar de salário de dificuldades pois o que esta em jogo e a busca de soluções para os problemas que afetam nossos meninos e meninas. Quem se complomete em defender os direitos de crianças e adolescentes, seja na área de educação, saúde, justiça ou qualquer outra situação, tem que ser por amor mesmo, caso contrario, e melhor não entrar nesta luta.
João Luiz de Souza
Conselheiro Tutelar
Bicas MG

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